Os alimentos transportados em viagem eram carne salgada, peixe seco ou salgado, arroz, presunto, biscoito (pão cozido várias vezes para ficar bem seco e durar mais). Levava-se também azeite, vinagre, vinho, sal, grão, amêndoas, lentilhas, frutos secos, alhos, cebolas, farinha, açúcar, mel e alguns animais vivos para matarem pelo caminho, sobretudo galinhas, cabras, ovelhas, porcos. O mais importante era a água doce.Para os tripulantes, as rações eram fornecidas pelo rei, e para os passageiros, tinham que levar o seu abastecimento pessoal. Sabendo-se que alguns embarcaram com tão pouca comida que se viram aflitos, tendo de pedir esmola para sobreviver ou então comprar comida que se comprometiam a pagar depois de terem feito negócio. Isto significava chegarem á Índia cheios de dívidas. Não havia cozinheiro a bordo. O que havia era fogões na primeira coberta, e cada um cozinhava para si. Mas quem fosse rico e levasse criados ou escravos mandava-os tratar do assunto. Assim, formavam-se filas enormes á frente do lume que estalavam conflitos.Um dos principais trabalhos diários era escoar a água que se infiltrava no barco, usando-se uma bomba manual. Ainda havia que lavar o convés, consertar as velas e os cabos, reparar tábuas e mastros…Os tempos de ócio eram ocupados de diversas forma por exemplo, fazendo concursos de pesca ou mesmo toureando tubarões no convés do barco! Cantava-se e tocava-se, se alguém levasse consigo algum instrumento. Muito populares eram os jogos de azar, como cartas e dados. As missas realizavam-se diariamente, arranjando-se um espaço para o altar; em ocasiões festivas como a Páscoa e o Natal, representavam-se autos ou peças de teatro.Missas, sermões, rezas, bênçãos, procissões, tinha uma dupla finalidade: pedir a protecção divina e entreter os homens.
Daniela Magalhães
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