A vida a bordo dos navios dos descobrimentos era afectada por um conjunto de factores.
A alimentação e a água potável constituíam um problema, os mantimentos eram poucos para muitas pessoas.
Recorriam ao abate de animais e à pesca, mas a dieta a bordo centrava-se no consumo de biscoito: pão cozido pelo menos duas vezes, aumentando o seu período de conservação. E também ao consumo de enchidos e alimentos salgados, sobretudo carne de porco, mas também algum peixe.
Devido ao calor, frio e a humidade tropical, por vezes os alimentos estragavam-se, mas mesmo assim as pessoas mais pobres do navio os comiam.
Quanto à água, a sede era uma constante a bordo, piorando as situações com a necessidade de consumo dos conservados em sal.
A reutilização da água usada para os demolhar e cozer, por vezes ingeria –
- se em caso de necessidade.
Encontra – se assim, montado o cenário de tantos relatos, onde abundam expressões como: “água fedorenta que se bebia a pequenos tragos, apertando o nariz”, “biscoito magro e cheio de bichos” ou “vinho que era vinagre muito sujo”.
A existência de condições sanitárias era precária.
Nas viagens não havia um cirurgião, mas sim um barbeiro que fazia os curativos; a presença de missionários a bordo tinha grande importância, porque estes assumiam o papel de enfermeiros.
Durante as viagens um acontecimento que quebrasse a rotina servia de pretexto para festejar; simulavam-se touradas, peças teatrais…
Os aspectos religiosos eram “guardados a bordo dos navios como em terra”; organizavam – se profissões que percorriam o navio.
Durante uma celebração o vinho, quase sempre se encontrava ausente da celebração dando origem as “missas secas”.
O conhecimento de novas terras e mares, de novas gentes e culturas e a valorização de experiência, foram a grande dádiva dos portugueses à humanidade.
Joana Silva
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