quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Alimentação e costumes nos navios dos descobrimentos

O número de homens a bordo de cada nau variava, chegava a ir setecentas pessoas. A maior parte dos homens embarcaram cheios de entusiasmo com a mente povoada por sonhos de glória, riqueza e aventuras. Sabiam que a viagem incluía muitos perigos mas sempre acontece nestas circunstâncias, mas eles esperavam regressar sãos e salvos, com mil histórias fantásticas para contar aos amigos e família. Havia alguns que se arrependiam a meio de caminho, mas era tarde de mais, alguns iam porque não arranjavam meios de ganhar a vida, ou porque precisavam de fugir de alguns problemas, ou ainda o rei o forçara a aceitar o degredo em vez da prisão.
Todos, no entanto, acabaram por sofrer bastante: enjoo, incómodo, calmarias, tempestades, ataques de piratas, saudades da família, doenças, porque lhes sobrava tempo, imenso tempo sem nada que fazer. Os alimentos deles eram transportados em viagem.
A Alimentação deles era: carne salgada, peixe seco ou salgado, arroz, presunto, biscoitos (pão cozido vários vezes para ficar bem seco e duro mais). Levavam também azeite, vinagre, vinho, sal, lentilhas, frutos secos, alhos, açúcar, mel e alguns animais vivos para matarem pelo caminho, sobretudo galinhas, cabras, ovelhas, porcos, o mais importante para eles era a água doce. Alguns embarcaram com tão pouca comida que se viram aflitos, tendo que pedir esmolas para sobreviver ou então comprar rações que se comprometiam a pagar depois de terem feito negócios, isto é chegavam a Índia cheios de dívidas.
Andreia Araújo

domingo, 23 de novembro de 2008

1 de Dezembro de 1640 - Restauração da Independência

No dia 1 de Dezembro assinala-se a restauração da Independência de Portugal.
O rei D. Sebastião morreu a 4 de Agosto de 1578, na batalha de Alcácer-Quibir e não deixou descendentes.Por essa razão, sucedeu-lhe o parente mais próximo do sexo masculino, seu tio, o cardeal D.Henrique.Mas o problema não ficou solucionado: D. Henrique pertencia ao Clero e por isso não podia casar e ter filhos. Dois anos depois, o cardeal morreu e mais uma vez o parente mais próximo do sexo masculino ocupou o trono. Esse parente era o rei Filipe II, que já governava outros reinos da Península Ibérica (Castela, Leão, Aragão, Catalunha e Navarra). A partir de 1581, passou a governar Portugal. Invadiu Portugal e submeteu-o a 60 anos de domínio. Foram três os reis espanhóis que governaram Portugal entre 1580 e 1640 – Filipe I, Filipe II e Filipe III.

A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola. O descontentamento era geral e a maioria dos portugueses convenceu-se que D. Sebastião não tinha morrido e voltaria a aparecer.Como é natural, os portugueses compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação. Queriam reconquistar a independência perdida. Houve várias tentativas de revolução, mas todas falharam.E só no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos.A Duquesa foi presa e o Secretário morto, atiraram-no pela janela considerando-o traidor. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV (imagem), Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador". D. João IV foi aclamado duas semanas depois da revolução, a 15 de Dezembro. Assim, os portugueses passaram a comemorar esta data, fazendo feriado.

Michel Lopes

Alimentação e costumes nos navios dos descobrimentos

No século dos Descobrimentos aconteceram muitas coisas aos portugueses, algumas boas outras más.
As viagens duravam em média 6 meses em cada sentido, porém podia percorrer mais ou menos!
A bordo podiam embarcar até 800 passageiros.
A hora da refeição constituía um dos momentos mais importantes da viagem.
A bordo havia dois fogões, situados no convés, um de cada lado, dos quais todos tinham de se servir!
Os principais alimentos eram o biscoito que era enchido de toda a espécie, a bolacha, vinho, queijo, bacalhau, azeite, vinagre, sal, arroz, grão-de-bico, presunto, carnes, peixes e conservas – frutos secos (damasco, figos, ameixas, amêndoas, avelãs e nozes); ervas aromáticas: alho, cebola, picante, louro, mostarda orégãos, entre outros.
As rações são iguais para todos, excepto para os doentes. Estes têm direito a suplementos de doces de fruta, açúcar, mel, passas, ameixas, até mesmo farinha e outras coisas.
As caravelas, naus e galeões transportavam também animais vivos, tais como: galinha, coelho, carneiros, entre outros.
Os Descobrimentos logo vão dar a conhecer a Portugal novas receitas, progressivamente, à medida que novas terras vão sendo desvendadas, novos pratos e temperos são adicionados à cozinha metropolitana.
A assistência religiosa era assegurada pelos padres jesuítas. As missas e os terços celebravam-se várias vezes ao dia e cumpria-se as dedicações do calendário litúrgico.
Na verdade havia muitos estímulos para manter a bordo uma vida religiosa, pois os perigos eram eminentes e a morte permanente.
Às Sextas-Feiras, dia de abstinência, suspendia-se a carne, trazendo o peixe para a mesa.
Para passar longos períodos de laser os passageiros e a tripulação dedicavam-se a alguns divertimentos.
O jogo mais procurado era o jogo do azar.
Nestes jogos trocavam-se bens e benefícios e faziam-se promessas a cumprir aquando da chegada. A pesca era outro dos passatempos preferidos da tripulação. Também das tintureiras faziam o seu maior espectáculo. Consistia em recriar com estas, no convés do navio, as tão apetecidas touradas, muito ao gosto da época.
O teatro era igualmente levado à cena, nomeadamente em algumas ocasiões de solenidades religiosas.
Graças a esse acontecimento os portugueses passaram a trazer para Portugal alguns produtos de outros países, principalmente ouro, especiarias e produtos alimentares.
Michel Lopes

sábado, 22 de novembro de 2008

Alimentação nos navios dos descobrimentos

A alimentação e a água potável constituíam um problema recorrente. No que respeita aos mantimentos, enquanto os passageiros deviam garantir à partida a sua própria subsistência durante a viagem, o que raramente acontecia, tanto por ignorância como por insuficiência de recursos, cabia ao armador o abastecimento da despensa dos navios, de forma a manter toda a tripulação. Mesmo em condições normais, os alimentos eram alvo de distribuição racionada, efectuada numa base diária ou mensal consoante o tipo de produto, verificando-se níveis de verdadeira penúria, impostos por circunstâncias desfavoráveis. Ainda que se recorresse pontualmente ao abate de animais e à pesca, a dieta a bordo centrava-se no consumo de biscoito (pão cozido pelo menos duas vezes), aumentando o seu período de conservação, enchidos e alimentos salgados, sobretudo carne de porco mas também algum peixe, acompanhados pela ração diária de vinho. Devido à cupidez dos fornecedores oficiais, os géneros eram frequentemente de qualidade duvidosa, o que originava a sua rápida deterioração em contacto com o calor e a humidade tropicais.

Emanuel Ferreira

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Alimentação e costumes nos navios dos descobrimentos



A vida a bordo dos navios dos descobrimentos era afectada por um conjunto de factores.
A alimentação e a água potável constituíam um problema, os mantimentos eram poucos para muitas pessoas.
Recorriam ao abate de animais e à pesca, mas a dieta a bordo centrava-se no consumo de biscoito: pão cozido pelo menos duas vezes, aumentando o seu período de conservação. E também ao consumo de enchidos e alimentos salgados, sobretudo carne de porco, mas também algum peixe.
Devido ao calor, frio e a humidade tropical, por vezes os alimentos estragavam-se, mas mesmo assim as pessoas mais pobres do navio os comiam.
Quanto à água, a sede era uma constante a bordo, piorando as situações com a necessidade de consumo dos conservados em sal.
A reutilização da água usada para os demolhar e cozer, por vezes ingeria –
- se em caso de necessidade.
Encontra – se assim, montado o cenário de tantos relatos, onde abundam expressões como: “água fedorenta que se bebia a pequenos tragos, apertando o nariz”, “biscoito magro e cheio de bichos” ou “vinho que era vinagre muito sujo”.
A existência de condições sanitárias era precária.
Nas viagens não havia um cirurgião, mas sim um barbeiro que fazia os curativos; a presença de missionários a bordo tinha grande importância, porque estes assumiam o papel de enfermeiros.
Durante as viagens um acontecimento que quebrasse a rotina servia de pretexto para festejar; simulavam-se touradas, peças teatrais…
Os aspectos religiosos eram “guardados a bordo dos navios como em terra”; organizavam – se profissões que percorriam o navio.
Durante uma celebração o vinho, quase sempre se encontrava ausente da celebração dando origem as “missas secas”.
O conhecimento de novas terras e mares, de novas gentes e culturas e a valorização de experiência, foram a grande dádiva dos portugueses à humanidade.

Joana Silva